segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Que tudo não se realize

Estou sentindo muitas dificuldades de desejar boas festas, bom natal, feliz ano novo ou qualquer coisa que o valha nesse ano. As coisas que tenho percebido ocorrer no nosso cotidiano não me permitem enganos e enganar os outros. Portanto, não teremos um ano feliz. Sinto dizer.

Crianças continuarão a morrer de fome. Jovens e adultos também. Muitos, além de morrerem de fome, continuarão cometendo suicídios por não terem os seus legítimos anseios satisfeitos. Além da fome, doenças facilmente curáveis continuarão matando as crianças. Não todas. As chuvas, em função do desmatamento irracional feito pelos homens, continuarão inundando e matando os homens e mulheres. A culpa voltará a ser dos ratos que se escondem nos esgotos. O menino morreu de leptospirose. É um novo nome para a irracionalidade. Calazar é o sobrenome.

A dengue continuará. Outra epidemia aparecerá, mais forte e com mais letras e números. A corrupção continuará e os corruptos também, impunes como sempre. Obama, o prêmio Nobel da Paz, continuará a enviar mais homens para ampliar o contingente no Iraque e no Afeganistão. Mas tudo em nome da paz, pois essa só se garante com guerra.

Os hospitais continuarão cheios e com leitos cada vez mais lotados. Os planos de saúde, sorridentes pelas ampliações das doenças, aumentarão as mensalidades, alertando, para evitar inconvenientes, que não cobrem todas as doenças.

O setor da educação continuará dividido entre aqueles que são educados para ocupar um mercado de trabalho cada vez mais incerto e outros que são educados para pensar como ampliar o mercado, pois o mesmo está incerto, usando cada vez menos a força de trabalho que está sendo educada para o trabalho precarizado. O setor esportivo continuará perpetuando os de sempre, que continuarão a fazer o que sempre fizeram.

Existem muito mais coisas. Inclusive, às boas. Mas preferir às ruins. Pois sei que seus ouvidos estão sendo invadidos por palavras de otimismo. Isso é bom. Mas aprendir com Chico de Oliveira que o otimista é o pessimista mal informado.

Para não finalizar a mensagem sem nenhuma esperança, desejo que tudo isso que coloquei acima não ocorra.

É o meu desejo sincero. Apenas isso.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A ESCOLA COMUNA

O presente livro é um documento histórico da maior importância sobre os esforços dos pioneiros da Revolução Russa de 1917 ante a colossal tarefa de recriar o seu sistema educacional. Ele fornece uma série de pistas sobre o papel da escola na formação das crianças e jovens e mostra como ela muda sua forma e seu conteúdo quando orientada pelos interesses e objetivos da classe trabalhadora: ou seja, reorganiza sua atuação para formar lutadores e construtores de uma nova sociedade.

Pistrak foi um dos grandes líderes desta empreitada histórica e nos relata, neste livro, os esforços de um grupo de educadores comprometidos com a recriação da nova escola soviética.

O texto é uma obra coletiva de professores que trabalhavam com Pistrak na Escola-Comuna, uma escola experimental-demonstrativa do Ministério da Educação. Tem ainda a colaboração de V. N. Shulgin, um dos grandes teóricos da “Pedagogia do Meio” soviética. A primeira parte, coletiva, reúne os fundamentos teóricos e a segunda parte apresenta a visão de cada um dos professores das várias disciplinas escolares.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Prometir e estou devedor. É que os dias foram cheios. Retorno para a UEFS, participação na conferência estadual de educação, fim de semestre na Social enfim...trabalho, trabalho e mais trabalho.

Mas esta semana sai alguma coisa do livro do Benedicto.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Introdução à filosofia marxista

Olá, pessoal. A fase de maior stress já passou. Defendir a minha tese. Agora falta incorporar na mesma os elementos do debate (ou não) e seguir desenvolvendo pesquisas junto ao grupo LEPEL (UFBa/UEFS), tentando contribuir com o desenvolvimento de uma pedagogia que nos auxilie no processo de transformação social.

Temos a convicção de que sobre a base estrutural e estruturante do capital, não há alternativa para o desenvolvimento humano amplo, omnilateral, emancipatório. Um outro projeto histórico de sociedade é necessário: o projeto histórico socialista e a educação tem muito a contribuir com a construção do mesmo.

Para tanto, irei nesse espaço, tornar acessível um livro do Benedicto de Campos, cujo o título é INTRODUÇÃO À FILOSOFIA MARXISTA. Pelo que sei, o mesmo anda esgotado. A edição que tenho aqui é da Editora Alfa-Ômega.

Em função da tese eu li e fichei o mesmo. Como agora quero retornar aos estudos, farei uma nova leitura dele. Pensei comigo então, por que não socializar a mesma com vocês? Então resolvir transcrever o livro para estas páginas. Matarei dois coelho com uma paulada. Não deixa de ser uma reaproximação dos estudos e ainda por cima, deixo disponível o mesmo para a leitura dos interessados.

Ainda esta semana estarei deixando a primeira parte aqui. Espero que tenham gostado da idéia.

Abraços.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Homenagem póstuma

A editora Mercado de Letras lançou em memória à Maria Célia Marcondes de Moraes, a mesma autora do texto Recuo da Teoria do qual já mencionamos aqui, o livro EDUCAÇÃO E RACIONALIDADE: questões de ontologia e método em educação, organizados por Maria de Lourdes Pinto de Almeida e Vitor Hugo Mendes.

O livro é composto de oito capítulos, uma entrevista com a Maria Célia e um pósfacio, além do prefácio do professor Newton Duarte.

A leitura vale muito a pena, principalmente para as almas não pequenas.

Maiores detalhes sobre o livro, comentário, título dos capítulos, currículo dos autores e o próprio prefácio do Duarte no endereço da própria editora.

Saiba mais então, clicando aqui.

Abraços.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Voltei!!!

Olá, pessoal.

Após quase dois meses de ausência, volto ao nosso blog convidando vocês para duas coisas. A primeira, para a minha defesa de doutorado que acontecerá no dia 19 deste mês, 9 horas na Faculdade de Educação da UFBa, auditório I. A segunda, para a leitura do texto que saiu ontem no Boletim Germinal, que vocês já conhecem. É uma reflexão sobre a temática da Formação Humana via Educação a Distância. Clique aqui para ler. Espero comentários, críticas de vocês sobre o mesmo.

Estou em débito sobre o Recuo da Teoria, a nossa reflexão sobre o texto da Maria Célia Marcondes de Moraes, publicado no livro Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas de formação docente pela DP&A, que começamos a fazer em agosto e não terminamos ainda. É uma das coisas que serão retomadas.

As outras, dizem respeito ao objetivo do nosso blog. Refletir sobre questões educacionais que nos ajudem a compreensão e intervenção na realidade concreta da escola e da vida diária.

Força que a luta é para vencer!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dados do PNAD

Segundo Pnad 2008, Brasil ainda tem 14,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais
Ana Okada
Em São Paulo

O Brasil ainda tem 14,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, segundo os dados mais recentes da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O estudo foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (18) e tem informações referentes ao ano de 2008.

Segundo a Pnad, um em dez brasileiros com 15 anos ou mais não consegue ler ou escrever um bilhete simples. Esse é o conceito de "analfabeto" para o IBGE. A taxa de analfabetismo divulgada neste ano na Pnad é de 10%, dado semelhante ao ano passado, quando a taxa ficou em 10,1%.

Para Maria Clara Di Pierro, professora da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), enfrentar o analfabetismo não é estritamente uma questão de políticas educacionais, mas de políticas multissetoriais. Ela explica que o analfabetismo ocorre em duas vertentes: como resultado do contingente que hoje tem mais de 40 anos e não foi à escola e como consequência de condições precárias de vida de parte da população.

Mais de 25 anos

Dos 14,2 milhões de analfabetos, 95% têm 25 anos ou mais. É um contingente de 13,5 milhões de brasileiros.

O Nordeste concentra mais da metade do total de analfabetos com mais de 15 anos, com 7,5 milhões. Nesses Estados a taxa de analfabetismo alcança 19,4% - ou seja, quase um em cinco habitantes da região não sabe ler nem escrever. A taxa do Norte é a segunda maior do país, com 10,7%.

Por ser a região mais populosa, o Sudeste fica em segundo lugar no ranking em números absolutos, com 3,6 milhões de analfabetos. O Sul continua com a menor taxa de analfabetos (5,5%), mas, ainda assim, acumula 1,1 milhão de analfabetos. O Centro Oeste, por sua vez, tem a menor quantidade de analfabetos, com 839 mil e taxa de 8,2%.

Analfabetismo funcional

O número de analfabetos funcionais continua alarmante: apesar da queda de 0,8% em relação à última taxa divulgada, em 2007, o Brasil ainda concentra 21% de pessoas com mais de 15 anos e com menos de 4 anos de estudo completos. Esse percentual representa, segundo os dados divulgados hoje, 30 milhões.

O analfabeto funcional sabe ler, mas não consegue consegue participar de todas as atividades em que a alfabetização é necessária para o funcionamento efetivo de sua comunidade. Ele não é capaz de usar a leitura, a escrita e o cálculo para levar adiante seu desenvolvimento, segundo a Unesco.

Há mais homens entre os analfabetos funcionais: a taxa é de 10,2%. No grupo das mulheres, o percentual é de 9,8%. Todas as regiões registraram queda na taxa e o Nordeste continua sendo a que tem mais pessoas nessa condição, com 31,6% da população. A segunda maior taxa está no Norte, com 24,2%, seguida pelo Centro-Oeste, com 19,2% e pelo Sul (16.2%). A região Sudeste é a que tem menor concentração de analfabetos funcionais: a taxa é de 15,8%.

MAIS DADOS SOBRE A PESQUISA DO PNAD CLLIQUE AQUI

domingo, 6 de setembro de 2009

Televisão

Olá, pessoal

Enquanto o tempo não me permite escrever sobre a questão da ressignificação dos conceitos, como prometido na postagem anterior, segue um vídeo sobre televisão.



O mesmo me foi enviado por e-mail por uma colega de doutorado. Imagino que sirva para nossas reflexões sobre os meios de comunicação.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Recuo da teoria


A nossa reflexão toma como referência um texto da Maria Célia Marcondes de Moraes, publicado no livro Iluminismo às avessas: produção de conhecimento e políticas de formação docente, da qual a autora citada é a organizadora. O livro conta com mais oito textos além do aqui apresentado e foi publicado no ano de 2003, pela editora DP&A com apoio do CNPq.
Para que o texto não fique muito extenso, vou apresentar o primeiro tópico cujo tema é o mesmo do título desta postagem: recuo da teoria. Posteriormente apresentarei – sempre em forma de resenha – os outros dois tópicos: a retração da teoria e a pragmática retórica de ressignificação de conceitos.
A autora inicia sua reflexão sobre o Recuo da Teoria partindo das questões referentes a reestruturação socioeconômica, elemento este que repercute, pelas suas conseqüências, na educação, já que o processo de reestruturação vai exigir uma demanda considerável por “(...) conhecimentos e informações” sendo a educação uma questão estratégica para fazer face à velocidade das mudanças. “O discurso é claro: é preciso, agora, elaborar uma nova pedagogia, um projeto educativo de outra natureza, e assegurar o desenvolvimento de competências, valor agregado a um processo que, todavia, não é o mesmo para todos”(p.152).
Ocorre então a divisão social do conhecimento que tem relação objetiva com a clássica divisão social do trabalho. Para alguns, níveis de exigência e aprendizagem cada vez maior, que transcende às exigências empíricas. Para outros, apenas o desenvolvimento de competências necessárias para a utilização em um mercado de trabalho que tem exigências diferentes e que se torna cada vez mais escasso e incerto.
Nesse sentido, a formação inicial é apenas parte do processo. Necessário se faz que o trabalhador esteja sempre apto a aprender novas competências, aprender a aprender, pois como o mercado é extremamente dinâmico, a informação e o conhecimento, substratos energéticos para a sociedade informática, torna-se essencial e deve ser atualizado com freqüência. O trabalhador precisa está apto à novas aprendizagens, novos saberes, novas práticas.
Só se comportando desse jeito, tendo a curiosidade e a vontade de aprender a ser empregável como característica central do ser trabalhador, a “educação irá ajudar no desenvolvimento das carreiras, curar o desemprego, estimular a flexibilidade e a mudança, incrementar a competitividade pessoal e nacional, contribuir para o desenvolvimento de carreiras etc”(p.153).
Nesses termos, nada de perder tempo com questões teóricas, fruto de metanarrativas que não levam ninguém a nada, com reflexões e discussões obsoletas, metafísicas. Eis o que a autora chama de CELEBRAÇÃO DO FIM DA TEORIA: “movimento que prioriza a eficiência e a construção de um terreno consensual que toma por base a experiência imediata”. Este movimento tem como companhia, a “promessa de uma utopia educacional alimentada por um indigesto pragmatismo. Em tal utopia praticista, basta o Know-how e a teoria é considerada perda de tempo ou especulação metafísica (...) presa a sua própria estrutura discursiva".
Dito isso, a autora questiona: o que estaria direcionando o movimento que marginaliza os debates teóricos no campo educacional? Sem nenhuma pretensão de responder a tão ampla questão, a autora parte para destacar um aspecto que, para ela, é importante: a ressignificação dos conceitos.
Sobre isso, falaremos depois.

sábado, 15 de agosto de 2009

Acervo Paulo Freire



É preciso descer as escadas de uma pequena loja de um pequeno centro comercial na zona oeste de São Paulo. Na parte de cima fica a Editora e Livraria Paulo Freire. Na de baixo, os 7 mil tomos da biblioteca do educador, divididos entre o material adquirido antes e depois do exílio de Freire, entre 1964 e 1980.

O acervo, antes espremido na casa dos Freire, migrou para o endereço após a morte de Paulo, em 1997. “Achávamos que seria muito egoísmo ficar com esse tesouro e privar centenas e centenas de pessoas desse conhecimento”, conta Lutgardes Freire, filho do educador e um dos atuais responsáveis pela manutenção da biblioteca.

De comum acordo os cinco filhos decidiram que os livros precisavam estar acessíveis ao público. Foi então que as obras, juntamente com as estantes de madeira que as abrigavam, mudaram de endereço. Saíram da rua Valença, no bairro do Sumaré – onde Freire morou –, para a rua Cerro Corá, no Alto da Lapa.

Um ano depois, chegou Lutgardes, ou Luti, como o pai costumava chamá-lo e como é conhecido pelos colegas de trabalho, designado para “tomar conta” do patrimônio, já conhecido seu, mas que agora saía do âmbito privado para o público. Além de coordenar o arquivo, Luti virou uma das atrações do local. Ângela Antunes, diretora pedagógica do Instituto, brinca que, quando as pessoas ficam sabendo ser ele filho de Freire, logo pedem para tirar foto.

Moacir Gadotti, amigo de Freire, um dos fundadores do Instituto e atual presidente do Conselho Deliberativo da instituição, sorri ao lembrar dos tempos em que acompanhava o educador em seu trabalho. “Ao pegar qualquer livro novo, a primeira coisa que ele fazia não era abrir, era cheirar o livro”, recorda, dando ênfase à relação de carinho de Freire com a leitura.

Segundo Gadotti, o amigo era um leitor crítico, inclusive de suas próprias obras. Em uma dedicatória ao amigo e à mulher, na décima sétima edição de Pedagogia do Oprimido, livro de maior sucesso, reeditado em 1987 pela Paz e Terra, Freire anota: “Para Rê e Moacir, esta primeira edição decente da Pedagogia em português”.

Quem visita a biblioteca também pode encontrar o fac-símile dos manuscritos da Pedagogia do Oprimido – o original foi doado pelo próprio autor ao Chile – e se deparar com a precisão de Freire no momento em que produzia os textos. Nas páginas escritas à mão, quase não há rasuras. Gadotti explica que isso acontecia porque Freire só começava a escrever após ter elaborado, mentalmente, o que queria dizer e que, quando tinha uma dúvida – sobre a melhor palavra a ser usada, por exemplo –parava imediatamente e consultava um de seus vários dicionários.

Esse método de produção de conhecimento de Freire é um dos principais atrativos para os pesquisadores. Muitos procuram o acervo interessados nas anotações que ele fazia durante a leitura, em papeizinhos avulsos ou nas páginas finais das publicações. Em vários volumes da biblioteca é possível encontrar, em letra miúda, linhas e mais linhas escritas por ele.

A biblioteca também reflete a diversidade de assuntos pelos quais transitava. De acordo com Fernanda Soares, assistente no centro de referência, na biblioteca pós-exílio o que menos se encontra são livros de educação. Há muito material de filosofia, de sociologia, bíblias e até obras das áreas de saúde e de ciências exatas. Lado a lado nas estantes estão, por exemplo, Carlos Castañeda e Manuel Castells. O primeiro, polêmico antropólogo ligado ao misticismo. O segundo, sociólogo dedicado ao estudo das tecnologias da comunicação e da informação nas sociedades contemporâneas.

“Ele não era sectário na leitura. Ele não se negava a ler algo porque discordava”, explica Ângela Antunes, recorrendo aos conceitos do próprio Freire, que propôs a distinção entre o sectário, aquele que se fecha ao diálogo, e o radical, que, ao mesmo tempo, permanece fiel a seus princípios e se abre ao processo de debate. Era esta a posição que ele buscava ter.

A maneira de compreender o mundo desenvolvida pelo educador repercutiu não apenas no Brasil. Talvez os registros de visitação do centro de referência levem o leitor a perguntar se não estaríamos, nós brasileiros, aquém de reconhecer devidamente o valor da obra de Freire. No primeiro semestre de 2009, por exemplo, foram 118 visitantes, quase metade estrangeiros.

Nas prateleiras dedicadas às traduções da obra de Freire, há 40 idiomas diferentes. Entre eles uma edição em bengali – língua oficial em Bangladesh – e outra em coreano. Há também um exemplar da Pedagogia do Oprimido, encontrado após a Revolução dos Cravos em uma das prisões para onde eram encaminhados os presos políticos da ditadura portuguesa. Assina a dedicatória “Américo Madeira”. Trata-se, provavelmente, do atual embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe.

Levar para a internet essas informações é o desafio atual da equipe do Instituto Paulo Freire. Mas a intenção tropeça em um problema conhecido das organizações sociais brasileiras: a falta de recursos. Sem verba específica para a digitalização do acervo, gente de outros setores do instituto desdobra-se para, na medida do possível, disponibilizar o material na rede. Grande parte é composta de textos raros.

A coordenação informal do processo é feita por Anderson Fernandes de Alencar, responsável pela área de tecnologia da informação e educação a distância na instituição. Ele e outros quatro funcionários tiram algumas horas da semana para o processo de digitalização, que, como informa, não tem prazo para terminar.

Além da falta de pessoal dedicado exclusivamente ao trabalho, o grupo precisa estar atento para não disponibilizar material não autorizado na rede. Freire, em seu testamento, fez uma divisão curiosa dos direitos autorais sobre sua obra. Após viúvo, ele casou-se novamente em 27 de março de 1988. Tudo que havia produzido até o dia anterior ficou sob a tutela de seus cinco filhos. O que foi feito depois ficou para a segunda mulher. Ao instituto é permitido disponibilizar em copy left apenas o que pertence aos filhos.

Fonte: Carta Capital

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Chamada para artigo!!!



Germinal: Marxismo e Educação em Debate (ISSN 2175-5604 ) - cuja proposta é a difusão e o debate da problemática da educação à luz do marxismo - abre chamada para artigos a serem publicados no número 2 (11/2009), com a temática "Crise e Revolução". O prazo para envio de artigos encerra-se em 20/09/2009. As submissões devem ser encaminhadas pelo Sistema Eletrônico disponível no link http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/germinal.


Elza Margarida de Mendonça Peixoto e Maria de Fátima Rodrigues Pereira (Editoras)
Grupo de Estudos e Pesquisas Marxismo, História, Tempo Livre e Educação (MHTLE)
http://www.uel.br/grupo-pesquisa/mhtle/index.htm

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Crítica a abordagem crítico emancipatória


Na última postagem fiz a divulgação da Revista Eletrônica Germinal, inaugurada recentemente com uma temática essencial para todos os educadores que querem entender o modo de produção da vida sob o capitalismo e as formas contra-hegemônicas que podem ser materializadas no âmbito da escola para a construção de uma sociedade comunista, tendo o socialismo como um momento de transição.

Antes do grupo da Universidade Estadual de Londrina produzir a revista, ele também produzia um boletim do mesmo nome. Aliás, continuam produzindo e já tem temáticas especificadas para os seus próximos números: Numero 8 (julho 2009) – Crises cíclicas do capitalismo; Numero 9 (setembro 2009) – Educação à distância; Numero 10 (novembro 2009) – Marxismo e religião; Numero 11 (março 2010) – O debate entre a pedagogia liberal e marxista; Numero 12 (maio 2010) – O taylorismo na educação superior.

Eu tive o prazer de ser convidado para fazer algumas considerações críticas sobre uma determinada abordagem da Educação Física, a chamada crítico-emancipatória, no número 6 do boletim, que toma como temática central as CRÍTICAS ÀS PROPOSIÇÕES PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA.

Se você tiver interesse nesse tema da crítica a abordagem crítico-emancipatória, de minha autoria, é só clicar aqui. Caso queira tomar conhecimento de todo o material produzido do boletim até então, clique aqui.

Bom proveito. Boa leitura. Espero seu comentário.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Publicação

A comunidade de pesquisadores marxistas do campo da educação acaba de ser presenteada com mais uma publicação científica. Trata-se da revista GERMINAL, do Grupo de Estudos e Pesquisas Marxismo, História, Tempo Livre e Educação (MHTLE), com o apoio dos Grupos HISTEDBR/UNICAMP e LEPEL/UFBA.

O tema que abre o primeiro número da Revista Germinal, que tem como editoras as professoras Elza Margarida de Mendonça Peixoto e Maria de Fática Rodrigues Pereira é Marxismo e Educação em Debate e se encontra disponível on-line, bastando clicar no nome abaixo

Revista Germinal

Boa leitura pessoal

sábado, 25 de julho de 2009

Inversão


A imagem acima e as mensagens abaixo foram recebidas por e-mail. Coloco as mesmas aqui para provocar o debate, a reflexão sobre a inversão de papéis que vem se processando em relação ao ato docente.

Evidente que esta reflexão deve ser pautar considerando o contexto em que vivemos, para que não caiamos em um debate moral ou voltado para uma determinada ética burguesa do tipo "antes os pais se preocupavam mais com a educação dos filhos", etc, etc, pois sabemos que a questão não é essa.

Abaixo as mensagens que vinheram juntas com a imagem. Caso vocês não estejam enxergando a imagem de forma nítida junto com as falas nos balões da mesma, clique nela para ampliar.

MENSAGENS

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo
vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos,
inclusive em respeitar o planeta onde vive...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O debate das ideias


No ano 2000 a Martins Fontes publicou uma nova edição do conhecido livro de Vigotski, o pensamento e linguagem sob um novo nome: A Construção do Pensamento e da Linguagem, este traduzido diretamente do russo, pelo professor da USP, livre-docente da disciplina Literatura Russa desta Universidade, Paulo Bezerra.

Esta tradução veio preencher uma importante lacuna em relação aos estudos da teoria vigotskiana, já que a primeira e mais conhecida tradução contém, segundo Newton Duarte, talvez o mais importante estudioso brasileiro das obras de Vigotski atualmente, "textos reescritos por pesquisadores norte-americanos", o que acarreta, indubitavelmente, sérios problemas em relação às categorias e método do pensamento de Vigotski o que, consequentemente, trás problemas no tocante a nossa prática pedagógica, principalmente àquelas implicadas com a linha sócio-histórica.

Só para termos uma ideia desta questão, que se circunscreve em um debate entre as ideias de Vigotski, que se fundamentam no materialismo histórico-dialético e as ideias de outros pensadores, como os tradutores inglese, que retirou toda a base teórica-filosófica marxista dos estudos de Vigostski, por entenderem que esta não tinha importância para os leitores brasileiros, o livro atual tem 496 páginas, contra às 216 da edição atual com nova encadernação.

São 280 páginas a menos. É mole? Segundo SÈVE, citado por DUARTE (2001, p. 76), "foram cortados nada menos que 2/3 do texto original". E tem mais. "Os cortes incidiram particularmente sobre as reflexões marxistas de Vigotski, como se elas fossem extrínsecas à sua teoria psicológica e, portanto, suprimível sem prejuízo para a conpreensão do pensamento do autor".

Este mero "detalhe" é totalmente contrário ao próprio percurso teórico do Vigotski. Pois ao contrário do que muitos pedagogos e pedagogas imaginam, o pensamento de Vigotski se vincula e se radicaliza no marxismo.

Isso fica explícito em um outro livro do autor, pouco lido no Brasil (aliás, sempre que o Vigotski é citado nas produções nacionais, o mesmo se resume a duas obras: formação social da mente e pensamento e linguagem), se trata do livro O Significado Histórico da Crise da Psicologia, onde o autor "defendeu explicitamente (...) a necessidade de uma teoria materialista e dialética do psiquismo".

Não é por acaso, portanto, que o Vigotski sempre é confundido no debate das ideias pedagógicas, com outros psicólogos mais genéticos, como o Piaget, transfigurando a sua obra em uma abordagem sócio-interacionista.

Mas isso é um assunto para outra postagem.

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DUARTE, Newton. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. Campinas,SP: Autores Associados, 2001. 3 ed.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Kd vc? Sto aq, pq?


Hoje pela manhã, relendo algumas referências na retomada de algumas questões relacionadas à tese que estou desenvolvendo, reencontrei-me com o "companheiro" da pós, Tomasello. Michael Tomasello, antropólogo alemão autor, dentre outros, do livro Origens Culturais da Aquisição do Conhecimento Humano, editado pela Martins Fontes no ano de 2003.

Estava ele quieto, entre livros e papéis, fechado e em silêncio, a espera de um novo encontro com algum leitor desavisado.

Tomasello é um daqueles raros sujeitos que vem perseguindo durante toda sua vida, uma problemática. Dizem que esses são os melhores!!! A problemática diz respeito a como o ser humano adquire o conhecimento, buscando respostas principalmente nas pesquisas que faz com crianças e primatas.

No último capítulo do livro citado, o sétimo, lá estar um velho amigo de todos nós, professores, abrindo o texto sobre Cognição Cultural: o Vigotski, dizendo que "O pensamento não apenas se expressa em palavras; ele adquire existência através dela".

Completaria dizendo que não só "adquire existência" como se amplia. Não há pensamento sem linguagem, sem leitura, sem debate, sem diálogo. Avançaria na minha petulância e diria que também não são qualquer palavras, textos, diálogos e debates, entre outros, que faz avançar o pensamento. Questão que exige um melhor e maior aprofundamento, impossível neste momento.

Mas este pensamento de Vigotski trazido por Tomasello me fez lembrar da linguagem que hoje os mais jovens - principalmente - se utilizam para dialogar nos menseger da vida, nos chats, entre outros.

Palavras(?) curtíssimas, de no máximo duas a quatro letras isso quando o diálogo não se processa(?) apenas com as imagens...afinal não são essas que valem mais do que mil palavras?

Frases? Sim! Mas codificadas para "mentes" brilhantes.

Lembro-me do George Orwell e da sua novilíngua no livro 1984. Um projeto fascista de encolhimento das palavras para impedir a ampliação do pensamento.

Srá ss o mtiv? O q vc ach?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

MEC pagou por escolas que ficaram no papel


Auditoria constatou prédios vazios ou nem construídos em entidades privadas que deveriam oferecer 50% de vagas gratuitas.

Só 1 das 98 instituições que receberam, ao todo, R$ 257 milhões de programa federal de 1998 a 2007 cumpriu todo o contrato.

ANGELA PINHOSIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Escolas técnicas financiadas com dinheiro público, que deveriam atender alunos gratuitamente, viraram prédios vazios e faculdades privadas ou até edifícios nunca construídos. A conclusão é de fiscalização do Ministério da Educação no Proep (Programa de Expansão da Educação Profissional), que funcionou de 1998 a 2007.

Em São Paulo, por exemplo, o imóvel que deveria, desde 2005, ter um centro educacional para metalúrgicos está fechado. Em Capivari (135 km de SP), um prédio que consumiu R$ 3,1 milhões em obras e equipamentos está abandonado.

O Proep, criado pelo ex-ministro Paulo Renato Souza (1995-2002), hoje secretário de Educação paulista, e feito em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), previa que a União repassasse verbas a entidades "comunitárias" para que construíssem, ampliassem e equipassem escolas. Em troca, deveriam ter cursos técnicos com 50% das vagas gratuitas.

De 1999 a 2007, 98 entidades -sobretudo fundações e sindicatos- receberam R$ 257 milhões, o que seria suficiente para erguer 50 escolas federais. Durante esse tempo, nenhuma vistoria foi feita, alega o MEC, por dificuldade estrutural.

O MEC constatou que apenas uma entidade cumpriu todo o contrato: a Fundação Iochpe, que atua em SP e no RS.

Outras 20 abriram vagas gratuitas, mas não na quantidade acordada. Nove delas já existiam antes do Proep. "O programa praticamente só funcionou no Sul e Sudeste, e boa parte das escolas teria funcionado sem ele", diz Gleisson Rubin, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC.

As demais entidades tiveram irregularidades que, diz o órgão, vão do não oferecimento dos cursos à cobrança de mensalidade de 100% dos alunos.

O primeiro caso descoberto foi o da Escola Catarinense de Gastronomia, em Florianópolis. Segundo o MEC, em vez de curso técnico, havia no local a Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), que cobrava mensalidades de R$ 900. Na Justiça, a União conseguiu reaver o prédio em 2007.

O Centro de Formação do Profissional do Paulista, em Pernambuco, recebeu R$ 2,7 milhões para erguer uma sede. A obra terminou em janeiro de 2003, mas os cursos gratuitos só duraram três meses.Outra entidade responsabiliza o próprio governo. A Fundação de Asseio e Conservação de Almirante Tamandaré (PR), diz seu diretor-executivo, Pedro Paulo Guerreiro, aderiu ao projeto em 1999, mas o convênio só foi formalizado em 2005 e só em 2006 chegou a verba para erguer um prédio para aulas de limpeza profissional.

"O contrato ficou parado por anos no ministério. Nesse período, entraram e saíram ministros e ninguém resolveu nada. Os convênios ficaram parados nas gavetas. Ou então, quando se cobrava o dinheiro, o argumento era que não havia disponibilidade no momento."

O MEC afirma que as entidades cujos convênios só saíram após 2003 tinham problemas de documentação.Após a auditoria, além das 30 escolas federalizadas, cinco passarão para Estados. Onze estão sob a gestão do Sistema S. Uma escola decidiu devolver o dinheiro. Para outra foi aberto processo de tomada de contas. Há ainda negociações em curso com outras escolas. As 20 que têm cursos gratuitos em número menor estão redefinindo suas metas com a União.
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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Resenha rápida

Foi lançado, recentemente, o mais novo livro do professor Dermeval Saviani. O mesmo trata de uma forma crítica, como é bem o tom das reflexões do professor nas suas vastas produções, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) que em abril deste ano completou dois anos de lançamento.
Contendo cinco capítulos e sete anexos referentes a decretos e leis que subsidiaram as políticas educativas brasileira, o livro procura ampliar a questão norteadora que embasou um artigo do mesmo autor intitulado"Educação escolar: os desafios da qualidade", publicado na revista Educação e Sociedade, número 100 e que se propunha a "(...) a analisar globalmente a proposta do MEC, visando responder à seguinte pergunta: Em que medida esse novo plano se revela efetivamente capaz de enfrentar a questão da qualidade do ensino das escolas de educação básica?".
Para tanto, o professor Saviani levou em consideração os seguintes elementos: "1. A configuração do PDE, procurando entender sua composição e identificar cada uma das 30 ações em que ele se desdobra; 2. Análise da singularidade do plano em confronto com os planos anteriores, em especial com o vigente Plano Nacional de Educação; 3. A singularidade do PDE diante do problema da qualidade da educação básica; 4. As bases de sustentação do plano, visando verificar o grau em que está apto a assegurar a qualidade da educação básica; 5. Finalmente, à guisa de conclusão, sugere-se um caminho para superar as limitações do PDE.
No livro em questão, Saviani retoma essas questões, as amplia, desenvolve e atualiza a partir da "incorporação dos novos elementos que o MEC foi agregando ao Plano no processo de sua implementação (...)".
Este livro, além de dar prosseguimento a análise global que o autor vem fazendo da política educacional brasileira é, também, "(...) um importante instrumento para uso dos professores nas escolas de todos os graus, ramos e modalidades em todo o país".
Consideramos de fundamental importância para uma educação superadora, o conhecimento profundo e radical dos meandros das diferentes e diversas políticas educacionais formuladas em nosso país. E este livro é fundamental para este conhecimento.
Sugerimos sua leitura.

domingo, 12 de julho de 2009

Brasil tem 11,5% de crianças analfabetas, aponta IBGE


ANTÔNIO GOIS


da Folha de S.Paulo.


Apesar dos avanços, o Brasil ainda tem 11,5% das crianças de oito e nove anos analfabetas.Este percentual já foi bem maior (47% em 1982), mas, na atual década, vem caindo em ritmo mais lento, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.

De 2001 a 2007, a redução foi de apenas 2,5 pontos. Uma criança não alfabetizada com mais de oito anos de idade apresenta dificuldades não apenas em português, mas em todas as outras disciplinas, já que sua capacidade de compreender textos é limitada. É normal que, a medida que um indicador melhore, seu ritmo de queda reduza. O problema é que, se continuar caindo na mesma velocidade de 2001 a 2007, o Brasil dificilmente cumprirá a meta de ter até 2022 toda criança plenamente alfabetizada aos oito anos de idade, estipulada pelo movimento Todos Pela Educação.

A situação é mais grave no Nordeste (23% de crianças analfabetas), especialmente no Maranhão (38%), Alagoas (29%) e Piauí (27%). O dado do IBGE, porém, não dá um diagnóstico completo, pois se baseia só na informação de pais sobre se seus filhos sabem ler e escrever um bilhete simples. O instrumento que mais se aproxima deste objetivo é a Provinha Brasil, teste do MEC que avalia o nível de alfabetização no 2º ano do ensino fundamental.

Como a prova é feita e corrigida pelas próprias redes, sua divulgação fica a critério do Estado ou município. Resultados obtidos pela Folha com as secretarias que já divulgaram o exame mostram que, na cidade do Rio, em Belo Horizonte e no Distrito Federal, mais de um terço dos estudantes estavam abaixo do nível considerado adequado. Eles não necessariamente são analfabetos, mas apresentam dificuldades até mesmo para ler frases curtas ou palavras mais complexas.

No Rio e no Distrito Federal, o percentual de alunos abaixo do adequado foi de 37% e, em Belo Horizonte, 35%. São Paulo ainda não divulgou os dados. Repetência Para o especialista em avaliação educacional Ruben Klein, a principal explicação para o analfabetismo entre crianças cair em ritmo mais lento é a repetência na primeira série.

Uma tabela elaborada por ele mostra que a trajetória da repetência na primeira série tem comportamento idêntico ao verificado na taxa de analfabetismo aos 8 e 9 anos. Em 1982, o censo escolar do MEC registrava que 60% das crianças desta série eram repetentes. A taxa diminuiu quase pela metade até o ano 2000, quando registrou-se 32% de crianças repetentes. O problema foi que, a partir daí, a queda se deu em ritmo mais lento e, em 2005 (último ano da série histórica do pesquisador), ela estava em 29%, uma redução de apenas três pontos percentuais na primeira metade da década.

Klein pondera que essas crianças não alfabetizadas na idade correta acabam aprendendo tardiamente. Prova disso é que, aos 15 anos, o percentual de analfabetos na Pnad oscila entre 1% e 2% desde 2002. "Mas é uma alfabetização muito simples e grosseira, longe de ser suficiente, e que compromete a qualidade da aprendizagem, já que eles chegam aos 14 ou 15 anos de idade com um atraso muito grande em relação à série que deveriam estar cursando", diz o especialista. Os dados do IBGE mostram também que a alfabetização varia de acordo com a renda.Em famílias mais ricas (mais de cinco salários mínimos per capita), aos cinco anos de idade, quase metade (47%) das crianças já se alfabetizaram. Entre as mais pobres (menos de 1/4 de salário mínimo per capita) o percentual é de 10%. Aos sete, praticamente todas as crianças mais ricas já se alfabetizaram, mas a taxa entre as mais pobres é de 49%.

sábado, 11 de julho de 2009

A Educação tem urgências!


Inspirado pelos acontecimentos suscitados pelo I Fórum de Educação em Itabuna, Bahia, realizado pelo Conselho Municipal de Educação de Itabuna no dia 08 de julho do corrente ano, resolvir desenvolver mais um blog com o modesto objetivo de discutir as questões relacionadas à Educação de uma forma geral.

Com o tema A EDUCAÇÃO TEM URGÊNCIAS!, o fórum buscou discutir com o coletivo de professores e professoras da região sul da Bahia, as políticas públicas, justiça social e ética: ações educacionais humanizadas.

Foi um dia muito rico em reflexão e debate e que tenho a certeza que ainda reverbera na consciência de todos os mais de 600 colegas de profissão que por lá estiveram e que ajudaram a abrilhantar ainda mais o evento.

De minha parte, busquei apresentar a ideia de que sem uma reflexão profunda sobre um outro projeto histórico de sociedade alternativo ao capital, não existem políticas verdadeiramente humanizadas nem, tampouco, humanizantes.

Fica aqui mais um espaço para continuarmos o debate.

Por fim, agradeço ao carinho e dedicação dos conselheiros e organizadores do evento. Todos vocês estão de parabéns!!!

COMISSÃO ORGANIZADORA

Eliane de MAtos Pereira, Elineia Gomes Leal, Elioenai Santos de Santana Farias, Heyder Nunes, Inês Sobrinho da S. Pereira, Jackson Farias dos Reis, Maria da Glória Santos Sousa, Maria do Carmo de Almeida Mendes, Norma Clara Batista Pereira, Rogério Souza Santos, Roseane da Silveira Barretto, Sandra Cristina Souza Reis Abreu.

PRESIDENTE DO CME - Maria Lúcia Tourinho Santos

VICE-PRESIDENTE - Maria de Lourdes de Carvalho Netto

À todos vocês, mais uma vez, parabéns e um muito obrigado por tudo. O Fórum foi muito significativo e marcante e a confiança que vocês depositaram em minha pessoa, de um valor inestimável.